quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Santo Cego

Afinal, o que é Dignidade? O que significa ter uma morte digna? Viver com dignidade ou morrer pela falta dela. Eis um problema. Diz-se problema porque há uma grande vilã que obscuresce não só esse conflito, como muitos outros: a tão enaltecida igreja católica apostólica romana. Tão péssima quanto o pior dos ditadores. Esta impede um avanço, uma esperança. Células-tronco, casamento homossexual e todas as outras barreiras que o povo brasileiro não supera pela existência desse estorvo. Suicídio assistido. Tânatos. O Direito reprime essa prática de uma forma racional, a igreja, de um modo macabro. "Você vai para o inferno caso se mate". O atleta que fica tetraplégico já vive no inferno. Sua dignidade expirou.

Tamanha é a sapiência católica que um padre voou e não voltou; foi para o céu. Essa igreja interfere na autonomia da vontade alheia, cega os olhos dos seu seguidores. Mas afinal, dignidade é ouvir as palavras de pedófilos ou maníacos com complexo de Ícaro? Ou dignidade é saber o que é melhor para si, saber o limite da sua existência?

A História, como se sabe, é escrita pelos vencedores, pelos gloriosos. Diga-se de passagem que a Igreja Católica dizimou qualquer religião que a contrariasse, queimou curandeiros acusando-os de bruxaria, torturou sábios, ameaçou homens que mudaram a concepção humana (vide Galileu) e (quase) dominou o mundo. É nesse tipo de diretriz que devemos crer para ter uma paz espiritual melhor? Não consigo crer numa instituição que impede o avanço tecnológico, social, filosófico e, por que não, religioso. Se padres e bispos fossem mudos, o mundo - ou pelo menos o Brasil - seria menos cego. Quem escolhe é o dono da vida, e não aquela que já tirou milhões delas.

Quem crê em deus, cuidado. Ele tem muita gente pra cuidar, muito pedido pra acatar e muita, muita bagunça pra arrumar, feita em nome dos seus fiéis. Uma guerra santa nunca é o suficiente.

Nenhum comentário: