sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Homenagem ao malandro

São tantas palavras pra descrever uma vida que, talvez, nem trocando em miúdos eu pudesse explicar. A gente dança a valsinha, a ciranda da bailarina, brinca de João e Maria, compra o realejo. N'as vitrines vemos Januária, Rita, Rosa, Teresinha, Bárbara, Luísa, Carolina e todas terminam n'um enorme desalento. Sigo em um mero cotidiano, caio no brejo da cruz, mas nunca deixo de cantar o samba do grande amor.
Há tanto mar entre minha fortaleza e o meu amor qu'eu sempre sinto um leve desencontro. Nunca deixei escapar um chorinho; até pensei ter encontrado a metade exilada de mim.
Já tentei buscar tal metade junto à Joana Francesa, mas acabei cantando o samba de Orly.
Minha história ainda cabe atrás da porta, não tem nada senão um pouco de fantasia p'ra sonhar à flor da pele.
Sigo então sem cordão; nem a maior construção irá me parar. Ninguém há de me parar e eu hei de continuar, afinal, amanhã ninguém sabe. E apesar de você tentar pôr fim na minha canção desnaturada, eu sigo até o fim, até achar um sonho de um carnaval. Vendo tudo isso, ouça um bom conselho, rapaz: não sonhe mais.

Enfim, eu só posso prometer que até segunda-feira buscarei dizer "eu te amo", mas caso contrário, só poderei dizer o de sempre: ela desatinou.

Texto antigo.

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