segunda-feira, 6 de abril de 2009

Carma

Belém - como cidade grande e desenvolvida que é - repleta de pontos de lazer, deveria ser, pelo menos, um pouquinho mais segura. Alguns sábados eu ia à praça do carmo, à noite, para jogar conversa fora com os amigos ou mesmo porque não tive opção de lazer. É até bom, calmo. Ficar sentado em meio à praça é sensacional; eu até entendo por que vem tanto turista pra cá. Agora, falando sério, não volto naquela praça tão cedo.

Todo santo final de semana, há inúmeros assaltos naquela ruela da igreja. É cruel. Enquanto a igreja descansa, seu povo faz a festa. Nunca estacione, à noite, naquela rua. Há uma chance enorme de ter seus pertences subtraídos. O mais engraçado é que todos sabem que ali é um ponto de venda de drogas e que há inúmeros assaltos, mas ninguém faz nada; fazer o quê? A polícia vai lá de vez em quando, pegar a sua "ponta" para não invadir o ponto e levar todos os meliantes. E os bons cidadãos ficam à deriva, num mar de iniqüidade e corrupção. Como diz a minha sábia vó, o pior bandido é aquele fardado.

Curioso é ver propagandas e propagandas de que houve concursos para milhares de guardas municipais. Cadê esses guardas? Cadê a liberdade. Ser refém do medo é sentir-se impotente para enfrentar o mundo. É horrível. Pará, terra de direitos? Que direitos? Direito de ficar em casa ou direito de colocar a película mais escura no carro com medo de sair à noite na rua? Direito de abrigar uma bala órfã? Direito de ter medo de ir comprar remédio. Direito de morrer? É, direito de morrer; fomos autorizados à realização da eutanásia.

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