quinta-feira, 16 de abril de 2009

Liberdade ainda que tardia

Dia 21 de Abril comemoraremos mais um feriado. Esse é um dos melhores, até porque foi quase que inventado. É chamado, também, de "Tiradentes". Para muitos, Tiradentes (ou Joaquim José da Silva Xavier) foi um grande homem. Para mim, foi apenas o maior laranja da História. É, isso mesmo.

Raciocinemos: A Inconfidência Mineira surgiu a partir da classe favorecida e intelecuais da época. Padres, coronéis, poetas e mineradores integravam esse grupo revolucionário, entre eles o poeta Tomás Antônio Gonzaga. Eles começaram a tramar uma revolução após a famigerada "Derrama", onde a Coroa determinou que as jazidas de ouro deveriam entregar um total de 100 arrobas de ouro anuais a Ela. Houve fatos alheios a isso, também. Já que o negócio era o ouro, claro que atingiu as classes mais favorecidas. Eles queriam cessar a influência da Corte portuguesa sobre Minas Gerais e torná-la um país livre. E onde entra Tiradentes nessa história? (No mesmo lugar que entram as empregadas domésticas dos vereadores e deputados.) Ele era um mero alferes: ou seja, tinha a patente mais baixa possível do exército. Agora querem dizer que esse pobre soldado liderava uma revolta que dizia respeito ao ouro e de cunho intelectual? faça-me o favor... O que o coitado do Tiradentes tinha a ver com o ouro?

Esqueça também essa figura barbuda e cabeluda de um revolucionário que deu a cabeça (literalmente) pela Pátria. Uma coisa lógica: Tiradentes era soldado, logo, tinha cabelos curtos e não tinha barba. O máximo que o Exército autorizada era um bigodinho. Acho que essa coisa de cabeludo e barbudo morrendo pela pátria dá um ar melodramático para a coisa. Nem jesus era aquele galã dos filmes. No dia da sua execução, Tiradentes estava careca e sem barba. Agora me diz por que insistem em mostrar imagens de um Joaquim Xavier tão barbudo assim? Acho que os livros de história vendem mais dessa forma.

Outro detalhe importante é que, dos doze acusados, todos os inconfidentes foram condenados à morte, mas adivinha quem foi o único que foi à forca, de fato? Ele, o nosso herói. Um dia após o anúncio das condenações, D. Maria I leu um decreto que trocava a pena de todos - menos Tiradentes -, para exílio em colônias portuguesas na África. Será mesmo que Tiradentes é essa coisa toda que cresceu ao longo dos séculos? Creio que não. Mas não vou falar mal do coitado. Jogaram-no no meio da tormenta, ele foi esquartejado, tido como símbolo sem fazer absolutamente nada e nos deixou um feriadão. Diz se ele não é o maior laranja da História...

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