terça-feira, 14 de abril de 2009

Coringa - ou Curinga

Muitas são as histórias do personagem dos quadrinhos, o Coringa - originalmente 'Curinga', o correto, modificado por ser 'feio'. Há de se perceber que o Coringa dos quadrinhos é bem diferente daquele das telas do cinema. Nas revistas, ele era, a priori, chamado de capuz vermelho. Esse bandido cai, acidentalmente, num tonel de produtos químicos e é dado como morto, mas reaparece 10 anos depois, louco, com cabelos verdes e pele branca. O melhor dos quadrinhos é Batman: A Piada Mortal. Nessa história o Coringa tenta mostrar que a pressão psicológica pode fazer com que o ser humano se encontre num abismo entre a lucidez e a loucura, chegando ao ponto de escolher essa segunda para amenizar seus pesares. Ele invade a casa do comissário Gordon, seqüestra-o, atira no estômago da sua filha - a Batgirl - e, supostamente, a violenta sexualmente. Depois, Jim Gordon é levado a um parque de diversões onde, andando em uma montanha-russa, vê passar diversas fotos de sua filha sendo violentada pelo Coringa. O vilão tenta implementar a loucura na cabeça de Gordon, mas não consegue. Ao final, o Coringa conta uma piada onde o Batman, primeiro, dá um sorriso de lado e termina com os dois gargalhando sem parar. Dizem que o alter ego do Coringa é Jack Niper; talvez Batman e Coringa sejam respectivos alter ego um do outro.



Passando para os coringas do cinema, temos Tim Burton e Christopher Nolan dirigindo, respectivamente, Jack Nicholson e Heath Ledge. O Coringa interpretado por Nicholson se aproxima mais do clássico. É brincalhão, palhaço, sarcástico. Suas armas são diferentes, como a flor que jorra ácido, o botão que mata a pessoa com o choque e o gás do riso. No filme de 1989, é mostrado que Jack Niper cai em um tonel após um tiro resvalado acertar-lhe o rosto. Após uma cirurgia frustrada, Niper fica com um eterno sorriso no rosto. Fica, ainda, com cabelos verdes e a pele completamente branca. Nasce o sarcástico e eterno Coringa do cinema, o qual distribui dinheiro para as pessoas para mostrar que ele não é tão ruim assim. Possui insanidade na medida certa.
Em 2007/2008 nasceu um novo Coringa, imortalizando Heath Ledge. Esse personagem bem mais contemporâneo beira a loucura completa. É um Coringa anarquista (num sentido chulo), sem rodeios e muito, muito cruel. Aqui não se tem sua origem, salvo por uma citação do Batman de que aquele esquizofrênico fora recrutado por ele de Arkham (uma prisão/manicômio que aparece nos quadrinhos). Ele é pura e simplesmente louco, não caiu em nenhum produto químico; usa maquiagem e pinta o cabelo, possuindo, apenas, cicatrizes que ele mesmo dá diversas origens a elas. É uma loucura que beira a Ultraviolence bem apresentada em Laranja Mecânica ou em qualquer filme Tarantinesco. O Coringa de 2008 não tem nada a perder, e não quer ganhar; em certa passagem do filme, ele indaga que não quer ver o Batman morto, visto que eles se completam ("You complete me"). Talvez aqui tenhamos aquela relação de alter ego mútuo, onde, quem sabe, Coringa e Batman jamais se separarão. Serão um só ato, uma só força; uma só violência.

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