Passando para os coringas do cinema, temos Tim Burton e Christopher Nolan dirigindo, respectivamente, Jack Nicholson e Heath Ledge. O Coringa interpretado por Nicholson se aproxima mais do clássico. É brincalhão, palhaço, sarcástico. Suas armas são diferentes, como a flor que jorra ácido, o botão que mata a pessoa com o choque e o gás do riso. No filme de 1989, é mostrado que Jack Niper cai em um tonel após um tiro resvalado acertar-lhe o rosto. Após uma cirurgia frustrada, Niper fica com um eterno sorriso no rosto. Fica, ainda, com cabelos verdes e a pele completamente branca. Nasce o sarcástico e eterno Coringa do cinema, o qual distribui dinheiro para as pessoas para mostrar que ele não é tão ruim assim. Possui insanidade na medida certa.
Em 2007/2008 nasceu um novo Coringa, imortalizando Heath Ledge. Esse personagem bem mais contemporâneo beira a loucura completa. É um Coringa anarquista (num sentido chulo), sem rodeios e muito, muito cruel. Aqui não se tem sua origem, salvo por uma citação do Batman de que aquele esquizofrênico fora recrutado por ele de Arkham (uma prisão/manicômio que aparece nos quadrinhos). Ele é pura e simplesmente louco, não caiu em nenhum produto químico; usa maquiagem e pinta o cabelo, possuindo, apenas, cicatrizes que ele mesmo dá diversas origens a elas. É uma loucura que beira a Ultraviolence bem apresentada em Laranja Mecânica ou em qualquer filme Tarantinesco. O Coringa de 2008 não tem nada a perder, e não quer ganhar; em certa passagem do filme, ele indaga que não quer ver o Batman morto, visto que eles se completam ("You complete me"). Talvez aqui tenhamos aquela relação de alter ego mútuo, onde, quem sabe, Coringa e Batman jamais se separarão. Serão um só ato, uma só força; uma só violência.
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